Pupa
A princípio, Pupa foi um dos animes da temporada passada que mais recebeu hype, graças a sinopse estranha e a promessa de ser um anime de terror adulto (e com muito gore), que não é muito comum.
Basicamente, o anime conta a história de uma adolescente, Yume, que é infectada por uma borboleta satânica que a transforma em um adorável monstro canibal. Seu irmão, Utsusu, enquanto procura uma cura para a menina, desenvolve um bizarro poder de regeneração, oferecendo-se para ser comido (literalmente) pela irmã mais nova.
Contudo, os ânimos diminuíram quando Pupa sofreu um corte na duração dos episódios, que passaram a míseros 4 minutos cada, numa série de 12 episódios.
A equipe de produção e estúdio do anime tinha que se virar muito bem para conseguir adaptar um mangá de terror em um tempo tão curto. Eles bem que tentaram, mas já começaram falhando feio na qualidade da animação. Os animadores tentaram deixar o background meio turvo, e com poucos detalhes, talvez para disfarçar o baixo orçamento com um certo efeito. Mas não funcionou, já que quase ninguém comprou a ideia.
Outro ponto do anime seria em como adaptar o mangá em um roteiro conciso (menos de 4 minutos), mas que fosse lógico/cronológico. No fim das contas, o anime foca nas cenas mais dramáticas e perturbadoras, mas pouco deixa espaço para a exposição da trama geral, que fica apenas subentendida. Há pelo menos dois episódios onde a única coisa que acontece é uma cena da irmã comendo (mais uma vez, canabalisticamente ...) o irmão mais velho. Apesar do desperdício de dois episódios para mostrar uma cena perturbadora que se repete em looping, ao menos esses dois episódios passam o desconforto grotesco que o terror gore visa alcançar. Mas tudo é muito apelativo, e meio inútil.
O tempo diminuto dos episódios faz fracassar a tentativa geral de causar uma forte tensão no espectador e tornar Pupa uma série de terror adulta e séria. Em vários momentos, o grotesco de Pupa se torna mais ridículo do que perturbador. E isso é a morte para uma história de terror.
No fim das contas, uma adaptação mal feita como Pupa deve servir no máximo para causar interesse pelo mangá em uma ou outra pessoa, e gerar apatia da maior parte do público.
Avaliação final: PÉSSIMO
Wizard Barristers
Wizard Barristers é um daqueles animes de nome estranho, sinopse estranha e que ninguém dá muita bola, mas pode acabar surpreendendo.
Decidi assistir esse anime por se passar em um mundo onde a magia existe e foi regulada pelo Estado através de leis. E existindo leis estatais de magia, existem também os advogados especializados em "Direito Mágico", os magos-advogados.
Por alguma razão, apenas advogados que utilizam magia podem defender penalmente os magos, chamados na série de wuds. A parte jurídica do anime, embora não seja muito aprofundada (e nem deveria ser) é bem convincente e semelhante com a realidade.
Embora os magos desse mundo sejam descriminados por uma sociedade majoritariamente de não-magos (humanos), há todo um devido processo legal antes de se condenar um mago à prisão ou a morte.
A protagonista é Cecil, a maga-advogada mais jovem
Cecil trabalha no maior escritório de advocacia, a Butterfly, cheio de personagens de visual flamboyant (assim como Cecil) que fogem da sua imagem regular de advogado. É engraçado, mas eu não tenho nada a reclamar disso, pelo contrário, até gosto do visual dos personagens.
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Cabelo azul bagunçado e calças listradas: típico visual de um advogado |
Eu até queria falar mais sobre outros pontos do anime: o passado da Cecil, os poderes da Cecil, a relação entre magos e humanos, seitas secretas, corrupção e todas as tramas que são muito bem desenvolvidas nos últimos episódios (os primeiros episódios servem para apresentação dos personagens, do universo e de gancho para a história principal). No entanto, não tenho o objetivo de entrar em detalhes e spoilers sobre a trama, já que esse é apenas uma análise geral.
Bom, por fim, é curioso saber que o diretor/criador de Wizard Barristers é conhecido por ter criado obras hentai cult como Kite. De imediato, poderia se imaginar que o anime pudesse apelar para cenas ecchi e esquecer todo o foco no desenvolvimento do roteiro. Mas, pelo contrário, as cenas ecchi são poucas no anime
PS: Bem que poderiam ter excluído os animais mágicos da história, principalmente o sapo pervertido chato =P
Avaliação final: BOM
Space☆Dandy
Space Dandy foi, talvez, o anime mais esperado do ano, por ser a mais nova obra escrita e dirigida por Shinichiro Watanabe (Cowboy Bebop, Samurai Champloo).
Apesar do grande hype, a receptividade do novo anime ficou um pouco abaixo do esperado. Muita gente desejava que Space Dandy fosse uma epopéia espacial que rivalizasse com o universo sci-fi/noir de Cowboy Bebop.
Contudo, o que os fãs encontraram fui uma obra de comédia que brinca com várias referências a séries de space opera, e não se leva muito a sério.
Space Dandy (o protagonista) não é nenhum badass reservadão como é Spike Spiegel (Cowboy Bebop). Dandy é ... um dândi. Um caçador de alienígenas do futuro que se veste como um jovem dos anos 1950, dos anos da brilhantina, meu bem, com um belo topete e um jeitão afetado.
Mas por trás do visual fanfarrão, como de costume nos animes do gênero, não parece se esconder um cara ultra talentoso. Dandy frequentemente comete erros e não mostra ter muito habilidade com armas ou combate. Mas ele tem estilo, e bastante coragem.
Os companheiros espaciais de Dandy são o "gato" alien viciado em Internet Meow e o robozinho QT. Meow é geralmente o saco de pancadas de Dandy, mas também o parceiro de aventuras e de taras. QT é um robô de modelo antigo que tenta equilibrar os outros dois personagens dentro do bom senso (muitas vezes sem muito sucesso).
Falando novamente no Space Dandy (o cara), seu único objetivo para ganhar dinheiro (caçando aliens raros) é para poder frequentar a franquia de restaurantes Boobies, que oferece refeições servidas por garçonetes bem dotadas.
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Admirável mundo novo e seus restaurantes Boobies |
A história de cada episódio geralmente envolve Dandy e seus companheiros caçando novos aliens, e a partir daí uma trama fechada se desenvolve.
Claro que o anime tem sua própria trama geral, maior, que consiste no militar-espacial gorila Gel caçando Dandy pelo espaço, em nome do Império maligno de Gogol.
Por alguma razão, o nome Dandy tem ou teve algum impacto importante no espaço, o que faz com que Space Dandy seja algum tipo de lenda em alguma galáxia, embora Dandy não faça jus a qualquer status lendário que queiram colocar nele.
Um ponto final para se destacar nesse anime é a altíssima criatividade para o design dos aliens. E, não só isso, a grande criatividade também para o design de todas as paisagens do espaço, que de alguma forma faz lembrar séries e filmes B de ficção científica das décadas de 50, 60 e 70 (o filme Barbarella me vem a cabeça agora ... já viram?).
Space☆Dandy cumpre a função para que veio: é muito divertido, é muito bom,
Ah, e a série continua numa segunda temporada, que pode vir a desenvolver - de fato - uma trama central.
Por fim, recomendo a leitura de um artigo no blog Anikenkai, que fala como tudo em Space Dandy pode estar conectado: "Como eu demorei tanto tempo para entender Space Dandy?"
Avaliação parcial: MUITO BOM
Obrigado por ler, e comentem =)
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